"Era imagem . Se o erro é proposital . Eu escrevi e quis apagar . Como se se apagasse . O tempo levasse embora . E o silêncio congelasse . Uma voz me dizia bem lá dentro . Pra ter força . Que o tempo é o vento . Que as ondas carregam."
Társila
“Começou quando eu estava num dia
triste. Indignada. Abri o caderno, vi as ondas da tinta, escrevi com força,
aleatoriamente, sem saber onde a linha terminaria, só pela disposição do
espaço, foram caindo as lágrima... Daí, veio a ideia. De borrar tudo. Aquele
momento era arte para mim e eu não podia perder. Naquele momento notei que a
arte seria justificada no conceito que o livro carrega em si: do momento eternizado,
uma pesquisa que se edifica no conceito metodológico do caminhar – experimentar
erros e acertos, que gera outros erros e acertos. Primeiramente, a ideia me
tocou como momento espiritual: ao ver a lágrima caindo no poema e borrando
tudo. Era rápido: a tinta se espalhava em manchas de transparência. Achei
interessante e jorrei mais água, muita água e, enquanto secava, fui manipulando
a folha para formar contrastes das manchas no papel e filmei esse
processo. Foi uma ação de enterrar
momentos passados. Acho que enterrar é uma palavra pesada, dura, sofrida,
arada. Acho mais suave a água.”
O choro, nessa
pesquisa, é elemento necessário para respirar. Em que chorando uma vez quando
nasce, significa estar vivo, também chora-se para renascer. O choro, a lágrima,
a água, é associado ao modo de desconstrução do que havia sido formado. Modo de
desconstrução essa que é inerente na rememoração individual, transformando em
eterna mudança o que era certo e estável. O choro como passagem, é um parto.
Relato de pesquisa apresentado à
Faculdade 7 de Setembro - participação do VIII encontro de
iniciação científica da faculdade sete de setembro.